terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Amadurecência.

Hoje, mais do que nunca, sinto que com o passar do tempo, amadureci. Ao olhar pra trás percebo quão infantil ou irresponsável eu fui. Por muitas vezes escolhi o caminho errado da estrada da vida, e essas escolhas tiveram suas respectivas consequências. E é justamente aí que me surge um pensamento fatalista, tudo que se planta, colhe.

Hoje, vejo minha vida como uma oportunidade que me foi concedida. Uma oportunidade que me oferece inúmeras possibilidades de ser uma pessoa melhor. O que fazer com essa oportunidade é o que vai definir quem eu serei amanhã. O problema é que nem sempre é fácil tomar decisões, principalmente quando se trata do nosso futuro.

Posso por assim dizer que hoje vivo uma crise existêncial. Quem eu sou? Pra onde eu vou? O que eu quero da vida? São perguntas que me faço todos os dias. E em pensar que eu começei esse texto assumindo que amadureci. Como pode ser possível amadurecer vivendo em meio a tantas perguntas? Retiro o que disse, não amadureci. Pode-se dizer que estou em fase de amadurecimento, ou seria melhor erradicar a possibilidade de amadurecer? Confuso.

Acho que não é possível assumir tal paradigma. Simplesmente não é possível enunciar um veredicto sobre amadurecer. Não é uma coisa que se ganha do dia para a noite. Simplesmente amadurecer, é viver. E por mais que você tenha 60 anos, ainda assim acredito que não será possível afirmar tal fato. Talvez seja melhor deixar todos esses questionamentos de lado e simplemente viver a vida intensamente, ardentemente. Deixando de lado os vícios, as rotinas e as acomodações.

E em meio a toda essa confusão acabo me dando conta que nada disso importa. Se amadureci ou não, só o tempo irá dizer. Não importa quem eu sou ou quem eu serei daqui a 10 anos, provalvelmente serei um pouco diferente do que sou hoje, mas tenho absoluta certeza que a minha essência e meus princípios estarão a salvo em minha alma.

E pra concluir, deixo um trecho da música que me inspirou todos esses questionamentos.

"Evoca-se na sombra uma inquietude
uma alteridade disfarçada...
Inquilina de todos os nossos riscos...
A juventude plena e sem planos... se esvai
O parto ocorre. Parto-me.
Aborto certas convicções.
Abordo demônios e manias.
Flagelo-me.
Exponho cicatrizes."


Teatro Mágico
Amadurecência

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Meu lugar ao sol.

"Cheguei com meu universo, e anuncio em seu pensamento, traga as luzes dos postes no olhos, rios e pontes no coração, Pernambuco embaixo dos pés e a minha mente na imensidão."


(Chico Science)


Essa frase descreve o que eu senti hoje ao olhar para a cidade em que eu vivo. É simplesmente fantástico você poder olhar em volta e ver que a cidade em que você mora é constituída de uma beleza única. Conheço muita pessoas que dariam a vida para sair daqui e ir morar em um lugar, maior, mais movimentado, mais diferente, mais tudo. Não ha problema nenhum em desejar estar em outro lugar, com características diferentes e tudo mais. A questão é que entre estar e morar existe um abismo gigantemente enorme. A partir do momento em que você mora, você passa a compartilhar todos os acontecimentos passados e futuros do lugar, além de absorver a cultura, o conhecimento e os hábitos dele.


Mas eu não estou escrevendo esse texto com o objetivo de enumerar as vantagens e desvantagens de viver em um determinado lugar. A minha verdadeira intensão é escrever sobre a cidade em que eu vivo. Desde pequena vivo neste lugar, e hoje eu parei pra perceber quantas coisas belas estão simplesmente disponíveis para serem observadas, seja com os olhos ou com o coração. Recife é uma cidade cheia de arte espalhada por todos os cantos, e quando eu me refiro à arte, eu falo não só da arte concreta, a natureza é uma das mais belas artes criadas por Deus, e muitas vezes nós simplesmente passamos por uma praia e vemos o pôr-do-sol e simplesmente passamos.


Na minha opnião, nós fazemos tudo automaticamente. Comemos, andamos, durmimos, vivemos. E tudo isso é armazenado na nossa memória principal. Nossas atividades, na maioria das vezes, se resumem a fazer tudo sem se preocupar em realmente com o realizar de corpo em alma.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Entre fins e intervalos.

Olhar o passado e tirar dessa olhadela tudo que há de bom para ser tirado, é uma árdua tarefa a ser realizada. Eis que o mundo gira, e em algumas dessas voltas, pensamentos se perdem, se embaralham, sentimentos se confundem. E cá estou no meio de um turbilhão de coisas acontecendo todas ao mesmo tempo.

Decepções, expectativas, felicidade, infelicidade, todas essas palavras se confundem dentro de um dicionário que eu lamento em chamar de meu. Ultimamente tudo está tão vazio, tão sem sentido. Minha única alternativa é seguir em frente, tentando me apoiar no que passa por mim para não cair.

Acho que uma das coisas mais difíceis de se fazer é seguir em frente sem olhar para trás. O ser humano sempre está se lamentando pelo que perdeu, ou até mesmo pelo que ganhou. Mas o que mais me intriga é o fato de que ao perder qualquer coisa, observa-se a intensa tentativa de se recuperar o que foi perdido. A questão é que muitas vezes quando se recupera o que tanto se espera, as coisas podem ficar meio insosas, meio sem sabor.

A única coisa que me satisfaz nos últimos tempos é escutar músicas que me fazem querer viver em outra época. Num tempo onde o simples toque poderia expressar o que há de mais sincero dentro de um ser humano. Um tempo em que tudo era muito quadrado, mas as pessoas sabiam disso e nem ao menos se importavam e quando o faziam, expressavam seus pensamentos através de melodias que promoviam o entendimento de todas as classes sem necessitar de complexidades.

Acredito que qualquer coisa é melhor do que esse presente ausente. Qualquer tempo deve ser mais bonito do que esse em que todas as manhãs começam chuvosas e com o entardecer do dia mostram um sol radiante que insiste em ofuscar nossos olhos.

Sinto uma vontade me isolar dentro de uma bolha, longe de tudo e de todos, longe de gritos, deceoções e possíveis expectativas. Parece que quanto mais eu penso em tudo em que eu vivi, mais meus sentimentos se confundem e me fazem sentir uma certa infelicidade por não ter vivido mais intensamente.

Quanto mais escrevo, mais encontro conflitos dentro de mim mesma. Talvez seja um daqueles textos em que não há fim.

Enquanto tento encontrar o fim desse texto, acabo achando que nada tem um fim propriamente dito. Existem sim, intervalos que fazem com que vida humana mude para melhor ou para pior. Até o próximo!

Aneyze Santos.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Uma perdição talvez.

Eu sinto que falta alguma coisa. Essa alguma coisa é totalmente indefinida, e faz com que eu veja a vida com um tom azedo de cinza. Viver ultimamente tem sido uma rotina, eu acordo, trabalho, descanso, estudo e volto a durmir. Parece que toda a felicidade que existia dentro de mim se esvaiu para dar lugar a mesmisse de todos os dias. As poucas alegrias que me são concedidas duram muito pouco e eu já não tenho mais direito de aproveitar tudo de bom que a vida tem a oferecer. Fazendo uma breve análise do meu passado, eu chego a conclusão que eu vou regridindo com o passar dos dias, e eu nem ao menos consigo distinguir se sou eu ou os momentos que regridem. Tudo passa como um filme na minha cabeça, músicas, lembranças, farras, alegrias. Como era bom olhar para frente e se deparar com o desconhecido. Hoje, o desconhecido passou a ser um bicho de sete cabeças que me aterroriza, que faz com que eu sinta um medo diferente de todos os outros que eu já senti na vida. Um medo que faz com que eu sinta que o futuro se aproxima, me obrigando a seguir sempre em frente.

Parece que tudo e todos ao meu redor, são simples flagelos que eu guardo hoje, para perder amanhã. Pois não existe pior sentimento do que o remorso. Um sentimento que faz você perceber que você poderia ser muito mais do que já é. Muita mais do que já pensou em ser. Ultimamente minha alegria tem sido conviver com pessoas que me fazem bem, e ao mesmo tempo, minha tristeza tem sido vê-las indo embora com a mesma rapidez com que apareceram. Parece que o destino, hoje, decidiu me penalizar. Talvez ele esteja sendo rude, talvez ele esteja fazendo o que deve ser feito. Eu só sei que no final das contas, eu fico sempre esperando que o pior aconteça.

Às vezes, o pior resolve aparecer e fazer com que as coisas se tornem mais piores do que já eram. Sinceramente, eu não estou nos meus melhores dias. Tudo parece tão igual e ao mesmo tempo tão diferente. As palavras pulam dos meus pensamentos para os meus dedos, e eu nem se quer sei o que os meus pensamentos desejam expressar. A única coisa que eu sei, é que neste exato momento, eu encontro-me perdida dentro de mim mesma. Talvez um dia, quem sabe, eu consiga me achar novamente. Talvez tudo isso que eu não consigo entender, algum dia possa enfim fazer sentido.

Eu só queria poder ter a certeza do que eu quero de hoje em diante.

Uma certeza que ninguém pode me dar.

Só eu mesma posso encontrar essa certeza nas profundezas do meu mundo, um mundo que no momento encontra-se desabitado de sentimentos que expressem qualquer tipo de certeza.

Aneyze Santos

quinta-feira, 17 de julho de 2008

O mais admirado de todos os sentimentos


Como falar de um sentimento tão citado em todos os lugares aonde eu vou? Talvez essa seja uma tarefa difícil de ser feita, mas eu sempre gostei de desafios.

Esse sentimento não é um sentimento qualquer, ele têm o poder de transformar e destruir, ele pode fazer pessoas felizes, e ao mesmo tempo, provocar tristezas inexatas. Mas além de todas as coisas ele é capaz de retirar das pessoas tudo que há de melhor nelas.

Frios da barriga, ansiedade, vontade de que o tempo passe repentinamente depressa, isso não se resume ao que esse sentimento representa. Talvez superação, cumplicidade, autenticidade, vontade de querer viver uma determinada vida para todo o sempre, eis as verdadeiras características desse sentimento tão sentido pela maioria dos seres humanos.

Quando você conhece uma pessoa e acaba se identificando ela, há milhares de coisas a serem feitas, mas é primordialmente necessário acima de tudo, conhece-la. E nada supera o fato de que sem conhecimento, em relação a esse sentimento, nada vai para frente.

Com o conhecimento se tem uma precisão inexata do que existe ou não existe naquela tal pessoa. Mas, depois da fase do conhecimento, ganha vez a fase dos combates. Ah os combates! Algumas pessoas preferem chamar de brigas, discussões, etc. Mas na maioria das vezes são esses acontecimentos que podem acabar fortalecendo ou destruindo essa relação. Se essas brigas forem construtivas, e se no final de tudo os dois aprenderem um com o erro do outro, tudo se transforma, e você começa a ver a pessoa como ela realmente é, e acaba aceitando os defeitos dela, e até gostando um pouco deles.

Depois dessa fase turbulenta, talvez venha a fase da consolidação da relação. Após de ter sobrevivido aos combates, a relação se torna muito mais sincera, muito mais sólida.

E é aí que surge a acomodação. Tudo passa a ser comum, e a rotina surge como uma pedra de chumbo que insiste em refazer tudo que já foi feito. Sequencialmente é provável que existam altos e baixos na relação, tudo pode estar às mil maravilhas, e um segundo após tudo pode parecer extremamente desagradável. À essas mudanças de temperamento, eu atribuo essa característica quase que exclusivamente às mulheres. Infelizmente nós mulheres temos os nervos muito a flor da pele, e isso faz com que as nossas verdades sejam ditas diretamente, sem máscaras nem disfarces.

E por final depois de você perceber todos esses detalhes, se ainda você sentir uma vontade imensa de viver o resto da sua vida ao lado daquela pessoa, com certeza o que você sente por ela é amor. E é esse amor que faz você querer superar barreiras, extrapolar limites e ‘ser maior do que tudo’ aquilo que você já foi.

E eu concluo esse texto chegando à conclusão de que eu sinto o amor. Não de um jeito alucinante que me faz querer correr contra o tempo, mas de um jeito calmo e tranqüilo que me conscientiza de que o tempo é o meu melhor amigo nessa caminhada. E eu caminho em direção ao sol, um sol que será capaz de iluminar minha estrada aonde quer que eu vá.

Aneyze Santos