sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Entre fins e intervalos.

Olhar o passado e tirar dessa olhadela tudo que há de bom para ser tirado, é uma árdua tarefa a ser realizada. Eis que o mundo gira, e em algumas dessas voltas, pensamentos se perdem, se embaralham, sentimentos se confundem. E cá estou no meio de um turbilhão de coisas acontecendo todas ao mesmo tempo.

Decepções, expectativas, felicidade, infelicidade, todas essas palavras se confundem dentro de um dicionário que eu lamento em chamar de meu. Ultimamente tudo está tão vazio, tão sem sentido. Minha única alternativa é seguir em frente, tentando me apoiar no que passa por mim para não cair.

Acho que uma das coisas mais difíceis de se fazer é seguir em frente sem olhar para trás. O ser humano sempre está se lamentando pelo que perdeu, ou até mesmo pelo que ganhou. Mas o que mais me intriga é o fato de que ao perder qualquer coisa, observa-se a intensa tentativa de se recuperar o que foi perdido. A questão é que muitas vezes quando se recupera o que tanto se espera, as coisas podem ficar meio insosas, meio sem sabor.

A única coisa que me satisfaz nos últimos tempos é escutar músicas que me fazem querer viver em outra época. Num tempo onde o simples toque poderia expressar o que há de mais sincero dentro de um ser humano. Um tempo em que tudo era muito quadrado, mas as pessoas sabiam disso e nem ao menos se importavam e quando o faziam, expressavam seus pensamentos através de melodias que promoviam o entendimento de todas as classes sem necessitar de complexidades.

Acredito que qualquer coisa é melhor do que esse presente ausente. Qualquer tempo deve ser mais bonito do que esse em que todas as manhãs começam chuvosas e com o entardecer do dia mostram um sol radiante que insiste em ofuscar nossos olhos.

Sinto uma vontade me isolar dentro de uma bolha, longe de tudo e de todos, longe de gritos, deceoções e possíveis expectativas. Parece que quanto mais eu penso em tudo em que eu vivi, mais meus sentimentos se confundem e me fazem sentir uma certa infelicidade por não ter vivido mais intensamente.

Quanto mais escrevo, mais encontro conflitos dentro de mim mesma. Talvez seja um daqueles textos em que não há fim.

Enquanto tento encontrar o fim desse texto, acabo achando que nada tem um fim propriamente dito. Existem sim, intervalos que fazem com que vida humana mude para melhor ou para pior. Até o próximo!

Aneyze Santos.