segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Entre Livros E Desabafos



" Tenho bons motivos para lembrar-me do dia 4 de março. Levantei-me nesta data um pouco mais cedo do que acostumado e encontrei Sherlock Holmes tomando o seu café da manhã. Nossa criada estava tão habituada aos meus hábitos de dorminhoco que ainda não se havia preocupado com o meu lugar à mesa nem preparado o meu desjejum. Incomodado com tamanha displicência da criada, toquei a campanhia com irritação para anunciar que a esperava, com a habitual petulância do gênero humano. Durante nossa refeição, peguei uma revista que estava sobre a mesa e tentei me distrair, enquanto o meu companheiro comia silenciosamente sua torrada. Um dos artigos tinha o cabeçalho sublinhado a lápis, e eu, naturalmente, comecei a correr os olhos sobre ele. Era intitulado, um tanto pretensiosamente, de "O Livro da Vida", e no texto se podia observar argumentos de que um homem atento pode aprender por intermédio do exame acurado e sistemático de tudo que encontrasse. Aquilo me dava a impressão de uma curiosa mistura de veemência intelectual e um pouco de absurdo. O raciocínio era severo e penetrante, mas as deduções me pareciam rebuscadas e cheias de exagero.

O autor argumentava que uma expressão momentânea, o repuxar de um músculo ou um volver de olhos, eram bastante para desnudarem-se os pensamentos mais íntimos do homem. Segundo ele, era impossível iludir a observação e análise de quem nelas se exercitasse com método e afinco. As conclusões de quem se propusesse a seguir essas observações seriam tão infalíveis como tantas outras teorias de Euclides. E os resultados seriam tão surpreendentes para os leigos que, antes de aprenderem os processos pelos quais o observador os obtivera, haveriam de considerá-los como uma adivinhação. 'De uma gota d'água, afirmava o autor, 'um pensador lógico poderia inferir a possibilidade de um Atlântico ou de um Niágara, sem ter visto ou ouvido um ou outro. Assim, toda a vida é uma grande cadeia cuja natureza se revela ao examinarmos qualquer dos elos que a compõem. Como todas as outras artes, a Ciência da Dedução e Análise só pode ser adquirida por meio de um demorado e paciente estudo, e a vida não é tão longa que possibilite a um mortal aperfeiçoar-se ao máximo nesse campo. Antes de passar aos aspectos morais e mentais de um assunto que apresenta as maiores dificuldades, o pesquisador deve principiar por tomar conhecimento dos problemas mais elementares.

Ao deparar-se com um semelhante, aprenda ele a destingir imediatamente qual a história do homem e a profissão que exerce. Por mais pueril que esse exercício possa parecer, aguça as faculdades de observação e ensina aonde se deve olhar e procurar. Pelas unhas de um homem, pela manga do seu paletó, pelos seus sapatos, pelas joelheiras nas calças, pelas calosidades do seu indicador e polegar, pela sua expressão, pelos punhos da camisa... em cada uma dessas coisas a profissão de um homem é claramente sugerida. Não se pode aceitar que, em qualquer caso, o conjunto dessas observações deixe de elucidar um investigador competente'.
- Que absurda pasmaceira! - exclamei batendo a revista sobre a mesa. -- Nunca li tamanha tolice em minha vida.

- O que diz? - perguntou Sherlock Holmes.

- Ora, me refiro a este artigo - respondi, indicando-o com a colher, ao sentar-me para comer meu ovo. - Vejo que já leu, pois está sublinhado. Não nego que esteja escrito com inteligência de algum desocupado, que elabora todos esses paradoxos sem deixar a poltrona do seu gabinete. Não têm aplicação prática. Eu gostaria de vê-lo enfurnado num vagão de terceira classe da estrada de ferro subterrânea para ver se adivinharia as profissões de todos os passageiros existentes na composição. Apostaria mil por um que sua teoria cairia por terra.

- Iria perder seu dinheiro - observou Holmes calmamente. - Quanto ao artigo fui eu que escrevi.

- Você!

- Sim, tenho certa inclinação tanto para a observação como para a dedução. As teoria que espus aí, e que lhe parecem tão quiméricas, são na verdade muitíssimo práticas... tão práticas que dependo delas para viver. "


Pois é, esse aí é um trecho do livro "Um Estudo Em Vermelho" Conan Doyle. Um livro cheio de mistérios e deduções do Dr. Watson e Sherlock Holmes. Esse é o primeiro livro publicado de uma série de outras mil histórias, as quais eu pretendo ler todas.
É impressionante o raciocínio do autor desse livro, que transmite seus pensamentos para o personagem principal , o inestimado Sherlock Holmes. Estou tentando de um certo jeito, interpretar as pessoas como Sherlock, posso confessar que eu não estou tendo muito sucesso, mas eu diria que é tentando que se consegue. Pra quem gosta realmente de ler, esse livro é altamente indicado, não só ele como também todos os outros da coleção. Eu diria que é possível lê-lo em apenas alguma horas, de tão estimulando que ele é. Sabe aquelas histórias que você começa a ler e não consegue mais largar? É exatamente dessa estimulação que estou falando.



Agora mudando de assunto, gostaria de pedir auxílio as "blogueiras" de plantão que sempre comentam aqui, para saber como é que eu faço para expandir meus contatos... Não sei se vocês passaram por essa mesma situação, mas eu gostaria de ler textos de pessoas que eu nem sequer conheço, e obviamente também gostaria de que elas lessem os meus textos. Acho que essa transmissão de pensamentos via um site é uma das odéia principais de um blog. As vezes tenho vontade de sair por aí lendo tudo que aparecer na minha frente, mas aí me dá uma vontade gigantesca de comentar sobre o texto, e pombas! Eu não tenho nem jeito de chegar chegando.

Agora eu meio que entendo porque tantas pessoas fazem tantos blogs e acabam desistindo deles, porque simplesmente a intensão é compartilhar seus pensamento com o maior número de pessoas possíveis. Eu sei que esse pode ser um pensamento meio infantil. Quando eu tinha uns 16 anos, uma amiga minha fez um fotolog para mim, daí eu comecei a me empolgar com o fotolog etc. e tal, só que eu comecei a criar o péssimo hábito de só postar novamente quando os comentários (que na época eram 10) estivessem lotados. Muita gente se irritava muito com esse meu hábito, um tanto que desnecessário.

Hoje eu percebo que o fato de um fotolog ter muitos, poucos comentários não faz a mínima diferença. A mesma coisa aconteceu com o orkut, eu queria muito que meu orkut tivesse muitas comunidades, amigos e recados, quando eu finalmente percebi que tudo aquilo era completamente um atraso na vida das pessoas. Tanto é que hoje eu só olho meu orkut por questões de comunicação com meus amigos. Eu demorei muito tempo para me dar conta disso. Bote muito tempo nisso, se eu fosse contar o tempo que eu desperdicei adicionando pessoas, escrevendo scraps ridículos, olhando fotos de pessoas que eu nem conhecia, provavelmente, o tempo seria enormemente grande.

Porque falar de todas essas coisas? Eu só queria esclarecer que eu escrevi no começo do mudando de assunto, não equivale a querer que as diferenciadas pessoas comentem no meu blog. Não. Não é isso que eu almejo. Eu só quero ter a liberdade de ler outros textos e ter a possibilidade de poder escrever o meu ponto de vista em relação àquele fato. Espero que vocês tenham entendido o que eu quis dizer. Estou aberta a conselhos ok?

- hugs and kisses -